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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2024

A verdadeira ameaça à família é o ultraconservadorismo

Fui surpreendido com a desfaçatez com que um ex-primeiro-ministro (Pedro Passos Coelho) aceitou apresentar o livro “Identidade e Família”, um livro que, baseado nos excertos que a comunicação social partilhou e nas respostas de Paulo Otero ao escrutínio natural a que qualquer pessoa associada a este projeto deveria ser sujeita, parece nada mais ser do que uma tentativa de cimentar o ultraconservadorismo no mainstream da política portuguesa. Os autores do livro escrevem contra a interrupção voluntária da gravidez (IVG), contra a comunidade trans (que categorizam como sofrendo de “distúrbios psiquiátricos”), questionam o papel do patriarcado na opressão milenar das mulheres, defendem a reversão da proibição das terapias de conversão, entre outras várias “pérolas” de muito dúbio valor. Na introdução, o livro apresenta-se como uma resposta a um qualquer plano maléfico daqueles malvados progressistas para destruir a família através de conceções erróneas e enganosas de liberdade individu...

Ao cuidado do PSD: o diálogo não é um monologo

A legislatura ainda agora começou e já temos sinais do que podemos esperar deste parlamento altamente fraturado. Se, por um lado, temos o PS a disputar o papel de líder da oposição com o Chega, por outro temos uma AD, composta pelo PSD e o CDS-PP, a querer governar como se não tivessem sido pouco mais de cinquenta mil votos que lhes garantiram a vitória e como se o PSD e o PS não estivessem empatados no número de deputados eleitos . Um cenário que coloca em causa a governabilidade do país. Perante o anúncio do PS de que à partida votará contra a proposta de Orçamento do Estado do governo PSD/CDS-PP, resta saber quais as soluções que o governo procurará para ultrapassar esse impasse sem ter de negociar acordos com o Chega. Acordos esses que a AD, corretamente, rejeitou. É de louvar que até agora o “não é não” de Montenegro ao Chega se tenha mantido. O que não é de louvar é o encostar às cordas que Montenegro procurou fazer ao PS no seu discurso de tomada de posse no qual colocou o ónus ...