Eu, como presumo a maioria dos portugueses, ainda estou a processar este verdadeiro sismo que aconteceu ao nosso sistema político nas eleições de 10 de março. Não me espanta por completo o crescimento do Chega, nem sequer a percentagem de voto. Várias sondagens anteriores tinham apontado para resultados desta ordem (a certo ponto houve sondagens que indicavam 21% de intenções de voto para o Chega). Mas entre o ver estudos de opinião e deles tirar a ilação de que estamos numa trajetória preocupante e essa mesma trajetória confirmar-se vai alguma distância. Suponho que tinha um resquício de esperança de que os 16% de indecisos de que a sondagem da Católica dava conta a 7 de março dessem, como em 2022, a volta ao texto e que pelo menos, ganhasse quem ganhasse, o Chega tivesse um resultado menor. Ora, veio a confirmar-se o que os estudos de opinião mais antigos projetavam e agora estamos no pântano (em vários sentidos). No pântano porque estamos perante um cenário de ingovernabilidade extr...
Tal como a tradicional pausa para café sueca – à qual este blog vai buscar o seu nome – este blog visa ser um espaço de exploração de ideias e de diálogo.