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Presidenciais: Está na hora de o PS jogar pelo Seguro

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Moderação até dizer Chega

Com a crise da habitação em plena efervescência e com urgências de obstetrícia constantemente encerradas (ver uma notícia na qual é anunciado o encerramento temporário destas urgências tornou-se quase tão banal como ver a previsão meteorológica), o governo tem-se empenhado na resolução de tudo aquilo que não era problema. Depois de sacrificar os imigrantes ao asseverar as suas condições de entrada (assegurando assim o aumento da imigração ilegal), e ao implementar restrições não só insensatas do ponto de vista utilitário (é a imigração que mantem a nossa balança demográfica minimamente equilibrada) como draconianas do ponto de vista moral, como, a título de exemplo, a decisão de dificultar a reunificação familiar, chegou a vez do governo virar os esforços de "moderação" para a Educação. O recente anúncio da revisão da disciplina de Desenvolvimento para a Cidadania é mais um flagrante exemplo da aproximação do "moderadíssimo" governo da AD ao Chega e às suas priorida...

O ódio à solta

Numa curta sucessão de dias, tivemos um incidente racista contra o representante da comunidade islâmica de Portugal, David Munir, um ataque a um ator por parte de elementos de um grupo nazi (cuja referência no Relatório Anual de Segurança Interna foi retirada pelo governo) e um ataque, no Porto, a voluntárias por parte de pessoas que as acusavam de promover a presença de imigrantes no país. Pouco depois da eleição de 60 deputados de extrema-direita, e mesmo perante a tentativa de normalização por parte do mesmo (no que diz respeito à ótica, obviamente, o cerne mantém-se imutável), estamos perante o ar dos dias. A extrema-direita sente-se empoderada e posto tudo em perspetiva, têm razões para isso. A extrema-direita olha para o parlamento e vê 60 dos seus a apresentar o segundo maior grupo parlamentar. A extrema-direita olha para o governo e vê um governo que além da supramencionada ocultação do perigo da extrema-direita do RASI, faz gáudio de propagar as falsas perceções de ins...

O muro que nunca devia ter sido derrubado

A AD tem por si só mais deputados que a totalidade da esquerda, o PS vê-se reduzido (neste momento) a 58 deputados e o Chega pode vir a ser o segundo maior grupo parlamentar. Perante este cenário de hecatombe da democracia e da esquerda várias são as questões que emergem: Poderia Pedro Nuno Santos ter feito uma campanha melhor? Deveria o PS ter-se abstido na moção de confiança? Que rumo para o futuro e como deve o PS relacionar-se com a AD neste novo parlamento? Todas estas perguntas são importantes e interessantes, mas aquela para qual me sinto mais capacitado para responder é: como chegamos a este ponto? Como é que passamos de uma maioria absoluta do PS em 2022 para ter o PS a disputar o segundo lugar com a extrema-direita? Para a resposta a essa pergunta precisamos de voltar a 2015, o ano em que se formou a geringonça. Nessa altura abriram-se dois precedentes que não se deviam ter aberto. O primeiro foi que se vetou à força mais votada (a coligação Portugal à Frente constitu...

O 25 de Abril e o desvanecer da memória histórica: a importância de recordar e manter Abril

" Graffiti Salgueiro Maia " por FraLiss está licenciado sob CC BY-SA 3.0 . Ontem celebramos os 51 anos do 25 de Abril. Do dia que Sophia de Mello Breyner descreveu como o “dia inicial e inteiro onde emergimos da noite e do silêncio”. Como é tradição, muitos foram os que foram às ruas para de cravo ao peito (ou na mão) simultaneamente celebrar a revolução e reivindicar mais – ato que por si só é uma outra forma de celebrar Abril. Este ano, porém, a sombra da autocracia fez-se sentir. Uma manifestação de extrema-direita no Martim Moniz ilustrou bem a crise dos nossos tempos: existe cada vez mais um segmento da população que prefere o 24 de abril ao dia 25. Uma população que adere a uma visão autoritária, ultraconservadora, xenófoba e racista do que este país deve ser. A manifestação foi organizada pelo Ergue-te (antigo PNR). Não sei quantas pessoas aderiram, mas sei que descambou em incidentes de violência. A extrema-direita e a direita radical vêm-se empoderadas pelo cr...

Luís Montenegro é o arquiteto da queda do seu governo

Perante  a moção de confiança que o governo anunciou que irá apresentar e a previsível rejeição da mesma do PS e do Chega  (aliada à resistência do governo AD a substituir Luís Montenegro como primeiro-ministro), estamos perante um cenário de eleições antecipadas. As terceiras eleições legislativas em três anos, que, de acordo com o Presidente da República, ocorrerão  a 11 ou 18 de maio . O PSD já veio culpabilizar a provável queda do governo no PS e no Chega  com a insistência na narrativa de um casamento que Montenegro bem quer propagar, mas que não tem o mínimo de aderência à realidade. Mas como fazer esse argumento quando o primeiro-ministro teve todas as chances de resolver a situação antes dela chegar a este ponto? Perante a oportunidade que Montenegro teve de  prestar todos os esclarecimentos atempadamente e até antecipar novas questões que pudessem vir a surgir , o primeiro-ministro optou inicialmente pelo silêncio e eventualmente por respostas ins...

Trump e JD Vance devem um pedido de desculpas à América

O lamentável espetáculo protagonizado por Trump e JD Vance hoje é uma humilhação para a democracia liberal americana e ocidental. A dupla rebaixou-se em cada ataque lançado contra Zelensky, um verdadeiro líder que permaneceu ao lado do seu povo num dos momentos mais difíceis da história da Ucrânia – a guerra iniciada pela Rússia. O Presidente Zelensky manteve-se em Kyiv mesmo quando o futuro do seu país era incerto. Num momento em que muitos esperavam que a Rússia alcançasse rapidamente os seus objetivos e chegasse à capital em pouco tempo, ele ficou. Na altura, agências noticiosas conceituadas, como a AP e a Reuters, chegaram a montar transmissões em direto na praça central onde decorreram os protestos do Euromaidan, antecipando uma possível queda da cidade. Contra todas as expectativas, quando lhe foi dada a oportunidade de fugir, Zelensky respondeu com firmeza: “Não preciso de boleia, preciso de balas” – uma declaração que desafiou as ambições imperialistas de Moscovo. Trump teria ...